sexta-feira, 18 de junho de 2010

Artesanato com produção associada ao Turismo Rural


A mãe natureza é gentil com os morados do assentamento Salubrinho, na Chapada Diamantina. Eles descobriram que viver em meio a uma das paisagens mais exuberantes do Brasil pode abrir caminhos para o desenvolvimento econômico através de praticas sustentáveis. Foi assim que os assentados encontraram no artesanato uma alternativa de geração de renda para a comunidade.

Colar de semente, brincos de pena, bolsas de palha, luminárias de cabaças, tudo feito com muito capricho para agradar os visitantes do Parque Nacional da Chapada. Luciene Sena Silva, 41, conta que um grupo de 15 pessoas se reuniu há quatro anos para dar início à produção.

Ela explica que a renda do assentamento foi diversificada com a iniciativa, pois a maior parte dos artesãos é composta por adolescentes e mulheres. “As peças melhoraram bastante a vida da gente. As mulheres e os jovens ganham um dinheirinho, ajudam nas compras da casa e a gente fica muito animado com isso, porque agora não depende só da roça”, destaca.

O grupo recebeu treinamento do Sebrae para melhorar a qualidade das peças. Luciene explica que aprendeu, por exemplo, a não misturar artefatos naturais com materiais reciclados, para agregar mais valor ao produto.

Preservação

Com técnicos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), eles descobriram, também, a melhor maneira de coletar a matéria prima da natureza. “Se eu tirar todas as sementes de coquinho o pé morre. Tem que ter cuidado na hora de arrancar o galho, a gente prefere podar as partes que já estão secas”, diz a artesã cheia de autoridade.

Os primeiros passos dos artesãos do Salubrinho foram dados com a ajuda do Programa Terra Sol, iniciativa do Governo Federal que fomenta o Turismo Rural nos assentamentos. Além de oferecer as primeiras linhas e agulhas, o programa articulou os treinamentos e orienta a comercialização da peças, encaminhando o grupo para participar de feiras de produtos artesanais pelo estado.

O coordenador do programa na Bahia, Alberto Viana, ressalta a importância dessa atividade para as comunidades. “A produção associada da arte e cultura com o turismo permite o manejo sustentável dos recursos naturais e a inclusão de jovens e mulheres em atividades econômicas, já que elas podem produzir em casa enquanto cuidam dos filhos e das tarefas domésticas”.

Futuro

A expectativa dos artesãos do Salubrinho é construir em breve um ponto de vendas, na margem da BA-142, em frente ao assentamento, para a comercialização das peças. Viana explica que a obra será custeada pelo Governo Federal e que aguarda somente a liberação da licença do Instituto do Meio Ambiente do Estado da Bahia (IMA) para dar entrada na licitação.

Enquanto a loja não fica pronta, se você passar por Andaraí, não deixe de visitar o assentamento Salubrinho e levar uma lembrança pra casa. Uma dica: não deixe de pedir um brinde para Luciene. Ela sempre presenteia os clientes com uma pedrinha de minúsculos cristais, que apanha no rio, para cativar o freguês.

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